Nos dias 20, 21 e 22 de
agosto, em Brasília (DF), aconteceu “ II Encontro Unitário dos Trabalhadores,
Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas”, 50 anos após o “I
Encontro Unitário”.
Abertura do encontro |
Diversas entidades marcaram presença, como APIB
(Associação dos Povos Indígenas do Brasil), CÁRITAS, CIMI (Conselho Indigenista
Missionário), CPT (Comissão Pastoral da Terra), CONTAG (Confederação Nacional
de Trabalhadores na Agricultura Familiar), FETRAF (Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura Familiar), MAB (Movimento dos Atingidos por
Barragens), MCP (Movimento Camponês Popular), MMC (Movimento de Mulheres
Camponesas), MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra) e CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação
das Comunidades Negras Rurais Quilombolas).
Com intuito de dialogar e unificar a luta dos grupos
sociais do campo, os espaços foram ricos em debates e geradores de opinião,
onde o centro foi a atual realidade do campo brasileiro, ficando claro o grande
avanço do capitalismo, seja pelo agronegócio, pelas usinas hidrelétricas, pelas
transnacionais e demais mega empreendimentos, que ameaçam as populações locais e ignoram os
riscos ambientais, sociais e culturais.
Algumas políticas públicas foram cobradas com mais vigor,
como assistência técnica mais eficiente e voltada para a agroecologia; sistemas
de créditos acessíveis para os pequenos produtores e populações; educação do
campo e no campo; rigor no controle dos desmatamentos, em especial na região
Amazônica; direitos para resgate e acesso à terras para as populações
quilombolas, indígenas e sem terras; garantia da segurança alimentar através de
alimentos saudáveis e sem agrotóxicos.
Ato final |
Os jovens do o campo se fizeram presentes e superam as
expectativas na Plenária da Juventude do Campo, mostrando o potencial da
continuidade da luta.
O Painel de Agroecologia foi rico em troca de
experiências entre os diversos produtores do país, mostrando o potencial da
agroecologia em oferecer alimentos saudáveis, preservando o equilíbrio da
natureza e os solos, aumentando a expectativa de vida dos camponeses,
contribuindo para o resgate do conhecimento empírico e cultural, mantendo bancos de sementes crioulas,
contrapondo o sistema de produção capitalista que detém a maior concentração de
terras e produz, numericamente, menos do que a agricultura familiar, e ocupando
menos de mão de obra, que é incentivado pelas políticas públicas.
Outros temas abordados no encontro foram em relação ao
direito e defesa da terra, do território, da água e luta pela reforma agrária;
educação do campo e políticas públicas para a agricultura familiar e camponesa
e soberania energética, além de espaços de cultura, como teatro, apresentações,
místicas e músicas.
O encerramento
do evento foi marcado com um manifestação que teve fim na Esplanada dos
Ministérios, com cerca de 10 mil participantesDavid L. M. Wigg – Técnico em Agroindústria
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